Sempiterno

29 de abr. de 2014

Então é isto?
Fuga, apenas...
Não consegue sair da jaula? 

Não adianta correr,
Ficaria no mesmo lugar.

Ando sem olhar a direção.
E para onde olho?

Somos nosso próprio Ceifador.
Senhorita, não fique triste,
Você pode andar.

O céu realmente é azul...
Nós conseguimos reconhecer as coisas.

Nem tudo passa.
Nem tudo se forma.
Meu nada é sempiterno,
Meu nada, eu, você.

Sou firme como a água,
Parado como o rio.

Pode até tirar a flor de seu Lírio,
Mas nunca arranque as folhas,
Esta é toda a sua beleza.

Verdade

28 de abr. de 2014

Então, sejamos realistas.
O velho morreu de velhice.
O jovem morreu atravessando a rua.
O amigo morreu como amigo.
A santa morreu para salvar. 
A vida morre para continuar.

Solução

Você está parado no tempo
Não sente mais o cheiro
Não sente mais o sabor.

Está rodeado de razões 
Lotado de dúvidas para duvidar 
Procurando sentido.

Porra, você é fraco!
Vinho quente é sua comida.
Desce cortando? 

Deita na cama,  
Mas não sabe o sentido. 
Será que é para dormir? 

Acorrentado, fuja em mentiras. 
Dê um significado, 
E se esconda nele...

Esconder, esconder, esconder.
Esconda-se atrás desse verso, 
Que não tem coragem de falar a verdade.]

Mente poluída.
Devo correr atrás para purificá-la? 
Mente poluída. 

Siga-me, mas não queria mostrar...
Você é minha ditadora,
Meu anjo.

Enfie a faca, não posso me sujar.
O fundo é realmente mais escuro. 
Mas meus olhos queimam quando olho para cima]

Razão, razão...
Não existe certo e errado.
Existe a tentativa de respirar.

Respire fundo,
Sinta o ar. 
É gostoso, não? 

Eu lembro,
Da grama cortada, das folhas caindo, da lua com o oceano.]
Do anjo descendo, do perfume, da flor, do sabor...]
De você conversando.

A ponte está a minha frente.
Não existe Ceifador,
Existe a tentativa de respirar. 

Levantamos, 
Comemos,
Dormimos.

A folha finalmente tocou o chão.
Não pensei que ela fosse queimar.
Chama azul.

Sem chama, com Chá,
Tudo passa diante dos olhos,
Isto não é bom.

Isto é poesia? 
Com certeza,
Pois não estou fazendo.

Pode tocar-me.
Deixe-me a sua vista, 
Mas viva.

Demorei a entender. 
As pessoas vivem, 
Elas respiram. 

Quero continuar escrevendo, 
Mas tenho que parar. 
Ou quero parar. 

"Amo, não há razão" 

Asas

25 de abr. de 2014

Já passou?
Me abandonaste?
Desistiu? 

Não sei se o esperava...
Mas ainda estou aqui,
Preso pela corrente.

Não posso mais voar,
Resta deitar-me neste solo, 
Para perecer.

Vou continuar ouvindo.
Entre gargalhadas e gritos,
Sou menos um.

Já pode deixar-me.
Mas pode ficar. 
Não quero perdê-la.

És isto impossível? 

O Segredo

22 de abr. de 2014

A morte é poesia
Poesia que expira
Quando chega o último verso.

Vivo de suspiros
Talvez seja suficiente.

Não quero entrar nesta cova,
Traga-me Chá,
Talvez eu continue.

Você pode me ver afastando?
Pegue sua corrente e traga-me novamente
Estou sem casa.

Sinto o cheiro da grama novamente 
Acompanhada do luar...
Junte-se.

O segredo da vida, 
Será queimado.

Queime!
Talvez você vá junto.
Continuarei aqui,
Acompanhando.

Pare com a porra do seu amor camuflado
Não quero ele,
Nem para viver.

Deixe-me ir
Não quero ser prisioneiro da vida.
Pressione todas palavras de dor em minha pele
E vire as costas.

Vai dar tempo do último suspiro.
Nas se fizer do jeito certo,
Não vou precisar dele.

Liberte-me da sua jaula,
Deixe-me arrancar seu desejo.
Finja que sou pedra,
Jogue-me longe.

Anjos caem para minha falta de fé.
Não sei para onde vou.
Tomara que para nenhum lugar.
Só quero mudar o último verso. 

Oceano de Ossos

Olhemos para este nada
Tranquilidade frustrante

Pensamentos transbordando
Mas não preciso pensar

Cadeia de devaneios
Sou... sou-lhe seu oceano

E sou brisa que gela, a alma
Que tenta se manter quente

Imensidão depressiva
Preso por olhar o nada

Amor, vida, tentaremos?
És isto pura verdade?

Este vento que carrega,
Todas minhas incertezas

Não correremos agora
Finalmente já é noite.  

Gênesis

A mentira sangra em meu rosto
Olhos molhados, depois de tanto tempo
Não encare os meus olhas novamente,

Não serei eu esta noite.
Apenas esta noite.
No crepúsculo podemos conversar, comigo.

Deus, no final é isto?
Calma, este é o final?
Não passa de uma conversa

Murmúrios ecoam pela escuridão.
Lágrimas formam o orvalho. 

Podemos voltar?
Não é esta nossa vontade.

Não irei matar.
Estaria ajudando-o.

Não quero mais ver sangue;
Mas ele é minha vida.

Finalmente abrimos o Gênesis,
Do Apocalipse.

Dê-me sua mão, senhorita,
Vamos atravessar.

Relatos d´um Vagante

Tanto sofrimento nestes campos.
Pobres seres,
Eles tentam viver.

Arrastando aquela corrente...
Aparentemente ele tinha sonhos.
Ingênuo como eu era.

Quão forte és teu desejo?
Corte essa esperança,
Não a deixe crescer.

Atravessei o riacho;
Havia outro homem,
A beira do barranco.

O tempo não passava para ele.
Pobre estagnado,
Não tem mais crenças.

Tentou aprender tudo,
Não aprendendo mais nada.
Estagnado burro!

Chegando ao jardim,
Glória a Perséfone!
Uma mulher regava em seu lugar.

Trêmula, aparentava vigor.
Forte, generosa...
Quem engana?!

Mata as folhas com sua ira.
Fiquei em calafrios,
Quem dera tivesse alma.

Se soubesse sua ignorância,
Melhor afastar-me.
Não posso incomodá-la.

Cheguei a um imenso portão.
Não consigo atravessá-lo.
Mas vou tentar.

Tento novamente...
Finalmente consegui,
Mas não há nada.

Volto ao jardim?
Será algo novo,
Eu confio.

Senhora, o que devo fazer?
Não quero permanecer.
O ódio só aumenta em mim.

Andei por todo o jardim,
Pisei em vários espinhos,
Mas encontrei uma porta.

Um senhor de meia idade estava sentado.
Observando o nada.
Não havia motivos para estar ali.

Quem dera haver para não estar.
Bem distante do homem,
Um oceano desabrochava.

Não há melhor lugar.
Já era noite.
Como todo o dia.

Ficaria a eternidade.
Mas não a tenho,
De que adiantaria?

Viro-me,
Tentando esconder.
Caminho, em frente...

Tanto sofrimento nestes campos.
Estou aqui novamente,
o ciclo reiniciou.

Nunca volto ao mesmo ponto,
Sempre estou acima dele.
Peso do mundo.

Percorri toda a brisa do mar.
Chegando ao meu destino,
O nada.

Agora podemos descansar,
Novamente.
Já estamos mortos.

Abraço

Estou aquecido,
Em meio ao inferno.

Posso parar de respirar,
Minha vida já voltou.
Curto período, como pensei.

Ah, esse tempo que passa.
Passa que não dá tempo,
De dar outro abraço.

Finalmente estamos presos.
Agora não podemos escolher,
Como sempre.

Quebrarei a parede,
Sairei de mim.

Chá

Chama perpétua,
Sou um fingidor.

Chama traiçoeira.
Estou cansado,
Não há chama que não apaga.

Pois então, não mais a chamo,
Chama jamais,
Por mais, agora é Chá.

Tempo que passa,
Chá nunca apaga.

Demon

Não compreendo.
Como é engraçada,
A morte.

A lareira acende a esperança.
Mas ela não está do nosso lado,
Nunca esteve.

Como a senhora pode me dizer isto?
Como a senhora me deixa viver?
Desisto.

Não pertenço mais a este lugar.
Não fingirei,
Nunca pertenci.

Finalmente compreendi,
A vida.
Não há Caminho.

Quem sabe nos encontramos,
Todos juntos,
Pela primeira vez.

Com uma lareira acesa.
Espero que seja,
A vida.

Rumo à Lua

Senhora, olhe como ela está.
Tanto sofrimento ela presenciou... 
Como ainda brilha?

Escorre sua solidão novamente.
Será que ela nos ouve, senhorita? 
Temos que persegui-la.

Com sofrimento não a alcançamos.
Sem angústia e solidão.
Segure minha mão,
Juntos nós conseguiremos.

Bela, como aguenta?
Observa toda essa dor, calada.
Agora estou compreendendo.

Como sabe...
Confie em nós,
Com garras e cortes, 
Nós chegaremos.

Deixarei a grama esta noite,
E todo seu perfume.
Vou alcançar a lua.

Angel

Linda, eu consigo ver.
Finalmente alcancei...
O paraíso.

Bosques, fina névoa.
Escuridão sem medo.
Finalmente o alcancei.

Guia-me, estou cego.
Mas eu consigo ver,
O paraíso.

Como é escuro!
Sinto o cheiro da grama.
Não quero sair.

Pensei que não iria aparecer.
Mas você veio,
E me levou.

Sombras ainda rodeiam-me.
Mas agora eu estou
No paraíso. 

Caminho

Menina das lamentações
Arranhe meu ombro
Chore e grite seu desespero
Me conte seu passado

Esta lágrima a qual te cai
Me força a fazê-lo
Eu o tocarei
Chega de procura,
Não precisamos achá-la

Chega de escuridão.
Fecharei os olhos.
Não há luz aqui também.
Creio que... você não deve vir. 

Desisto da vida
Ela me escolheu
Chega de esperança
Eu acredito no amor

Chances?
Acho que elas não existem.
Porque eu irei de existir?
Vida? Quem sabe...

Eu

Desculpem-me.
Mas terei que ser eu.
E sendo eu, me perco.

Não serei nada demais;
Apenas eu.
Sim, o nada serei eu.

Poemas... Farsa!
Quem sou eu neles?
Pobre rapaz...

Eu, apenas.
Vai entender...
Serei eu na vida.